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DAS INVASÕES FRANCESAS ÀS GUERRAS LIBERAIS


Na noite de 30 de novembro de 1807 Cascais foi ocupado pelas tropas francesas de Junot, chefiadas pelo Barão Maurin. Treze dias depois içar-se-ia a bandeira francesa na Cidadela, sob o mais vivo protesto do juiz de fora, por considerar que os franceses se tinham instalado como amigos... Esta situação manter-se-ia até 2 de setembro do ano seguinte, quando, na sequência da assinatura da Convenção de Sintra, que a tradição diz ter sido negociada em Cascais, a esquadra britânica avançou pelo Tejo, para tomar as fortalezas de Cascais, S. Julião e Bugio.

Já em 1809, por ocasião da construção das Linhas de Torres Vedras, projetadas por Wellesley de forma a impedir o avanço da última invasão francesa sobre Lisboa, se constituiria entre os fortes de S. Domingos de Rana e de S. João das Maias a chamada 3ª Linha de Torres, com vista a uma eventual evacuação das tropas inglesas, da qual faziam ainda parte mais de uma dezena de fortificações provisórias – os redutos – unidas por linha de trincheiras.

Durante o período das lutas liberais, a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, integrada na Cidadela de Cascais, foi utilizada como prisão dos opositores de D. Miguel, sendo então conhecida como o Inferninho, mercê das terríficas condições que propiciava. A decadência da vila, que ainda não se recuperara devidamente do terrível terramoto, acentuou-se com a extinção das ordens religiosas e a retirada do bravo Regimento de Infantaria 19, pelo que a cartografia da época continuou a traduzir de forma expressiva a ruralidade de um concelho que, pontilhado de aldeias cuja população se dedicava maioritariamente à agricultura, parecia, com exceção de Cascais, virar as costas ao oceano...

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