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PESCADORES DE CASCAIS


A privilegiada situação geográfica de Cascais, que se imporia enquanto porto de pesca, de abrigo e de refresco à escala regional, transformou os pescadores numa das mais fortes imagens de marca do concelho.

A relevância económica do litoral do concelho fora já atestada a 11 de maio de 1282, por carta régia de confirmação das atribuições do alcaide de mar de Lisboa, a quem também cumpria nomear um alcaide para Cascais, que tinha por missão o policiamento dos pescadores. Para além do episódio do achamento da imagem de Nossa Senhora da Graça pelos mareantes da futura vila, supostamente em 1362, a importância do porto de Cascais é ainda denunciada pelo Foral da Portagem de Lisboa, de 5 de outubro de 1377, que nos informa que aí se procedia ao carregamento da fruta produzida em Sintra.

Aos pescadores e marítimos se ficou, decerto, a dever a autonomia da vila, a 7 de junho de 1364, que a atribuição de privilégios desde o reinado de D. João I fortaleceria, assegurando a manutenção de uma tradição que hoje orgulhosamente se evoca no Museu do Mar Rei D. Carlos.

A fragilidade e insegurança das embarcações traduzir-se-ia numa fortíssima religiosidade, que nas horas de aflição se exprimiu em orações e promessas à sua padroeira – Nossa Senhora dos Navegantes – assim como aos seus santos favoritos e, ainda, em procissões, missas, bênçãos e ex-votos de demonstração de agradecimento ao poder divino, que em parte ainda se mantêm. Quando os homens voltavam do mar parte do peixe era descarregado e vendido na praia, momento a que se seguia a venda pelas ruas de Cascais, a cargo das peixeiras que, por vezes descalças, com canastras à cabeça, sogra ou rodilha, algibeira e avental, chamavam os compradores à porta dizendo «Olha a sardinha! É viva da costa! Venha cá freguesa!».

Pescadores
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