A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
Após a Restauração da independência nacional, em 1640, os portugueses investiram na fortificação da região pela qual se processara a investida que lhes havia custado o trono durante seis décadas. Sob a direção de D. António Luís de Meneses, Conde de Cantanhede – que fora encarregado da defesa da barra do Tejo, principal porta de acesso à capital – ampliaram-se e restauraram-se as fortificações existentes, levantando-se, ainda, mais de uma dezena de baluartes entre o Guincho e Carcavelos, de que os Fortes de S. Jorge de Oitavos e de Santa Marta, hoje musealizados, constituem importantes exemplos.
De entre as estruturas então construídas importa destacar a Cidadela de Cascais que, agregando a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, reforçou consideravelmente a defesa deste ponto estratégico da costa. Na verdade, apesar de o projeto de alargamento remontar ao período filipino, apenas parece ganhar fôlego a partir de 1641, sob a direção de Simão Mateus e depois de Philipe Guitau, a quem se sucederam João Pascásio Cosmander e Nicolau de Langres. Não obstante em 1675 as suas muralhas continuarem em construção, o conjunto de novas fortificações que então se decidiu edificar foi maioritariamente concretizado até ao final da década de 1640, em face da simplicidade estrutural adotada.
A futura Cidadela recebeu, ainda durante as obras de (re)construção, três companhias dos regimentos da Corte que, na segunda metade do século XVII já contavam com 400 homens.
Em 1764 o Regimento de Cascais era formado por dois batalhões de 14 companhias com 55 efetivos, vindo a participar, em 1793-95, nas campanhas do Rossilhão e Catalunha, acompanhado da imagem de Santo António, que ainda hoje se venera em Cascais. Em 1806 passou a ser designado por Regimento de Infantaria 19. Quatro anos depois, defenderia bravamente a causa nacional na Batalha do Buçaco, a que se seguiram muitas outras vitórias até à capitulação de Napoleão, que lhe valeram, a 4 de setembro de 1814, um apoteótico regresso a Cascais.