Início / História / Cascais Moderno
Início / História / Cascais Moderno

CANTEIROS DE CASCAIS


Também a extração e preparação da pedra ocupava parte substancial da população, em função da variedade de mármores, pedra de cantaria e de adorno existentes. A beleza e qualidade da matéria-prima da região, como o mármore preto que ornamenta a ara que em 1529 se produziu para a capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Lisboa; o mármore que ornamenta a capela da Quinta de Manique, do século XVIII; ou o granito da base do monumento a D. Pedro I, inaugurado em 1965, permitiram a continuidade desta atividade ao longo de séculos, erigindo os canteiros como uma das principais forças de trabalho do concelho.

Em 1873, Pedro Barruncho anotava que estavam em lavra 26 pedreiras que em cinco anos tinham produzido cerca de 7 324 carradas. Por esta altura, as mais importantes eram as da Cruz d'El-Rei, Cai-Água (atual S. Pedro do Estoril), Parede, Tires, S. Domingos de Rana, Conceição da Abóboda, Abóboda, Fisgas, Murtal e Manique. Já entre as pedras mais afamadas se destacavam o denominado mármore apinhoado de Cascais, cor de mel e com muitos fragmentos de conchas; o mármore busano ou o resistente mármore bastardo, acinzentado, com manchas roxas e brancas.

A figura do canteiro, que José Sabido descreve como a «pessoa que trabalha a pedra em todas as suas vertentes» tenderia a desaparecer, mercê da mecanização, do paulatino esgotamento das pedreiras e, por fim, em função do surto urbanístico das localidades mencionadas, a que adiante nos referiremos. Longe está, assim, o tempo em que, como recorda, «a execução das cantarias era feita manualmente com a ajuda da maceta, escopros de dentes ou lisos, ponteiros, picões, escodas de dentes ou lisas, bojardões e bojardas»...

Ver Mais

+ Sobre cascais