Início / História / Cascais, 1910-1950
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O PLANO DE URBANIZAÇÃO DA COSTA DO SOL


Em 1935, ao definirem-se as circunscrições da região que, abrangendo parte dos concelhos de Lisboa, Oeiras e Cascais, se passou a apelidar oficialmente de Costa do Sol, regulou-se, também, a sua urbanização, de acordo com um Plano aprovado pelo Governo, sob a supervisão do Gabinete do Plano de Urbanização da Costa do Sol. O projeto foi coordenado por Alfred Agache até ao final do primeiro mandato de Duarte Pacheco enquanto Ministro das Obras Públicas e Comunicações, em 1936, apenas voltando a ganhar novo alento por ocasião do regresso deste estadista ao ministério, dois anos depois, quando encarregou da sua revisão Etienne de Gröer, que já se encontrava incumbido do Plano Diretor de Urbanização de Lisboa e do Plano da Vila de Sintra.

Enquanto Agache determinara a conceção de um projeto integrado à escala regional, marcado, como definido, por uma via panorâmica de fruição ao longo do litoral – a Estrada Marginal – mas também por uma autoestrada, paralela à costa, num traçado interior, de Gröer focar-se-ia, sobretudo, na malha fina dos aglomerados urbanos. A construção da Estrada Marginal, na década de 1940, esteve na origem de uma profunda remodelação da malha antiga da vila, com a demolição de alguns dos seus marcos históricos, como o Casino da Praia ou o mercado de ferro, de 1892. A nova via transformar-se-ia, desta forma, no eixo fundamental do concelho, que confirmando a sua expansão ao longo do litoral, lhe permitiu, depois, tomar o interior.

A urbanização de terrenos até então destinados à agricultura ou a outras atividades económicas fez-se sentir, por exemplo, em termos da habitação social que, de forma a debelar necessidades há muito sentidas, ocupou os espaços definidos pelo poder central e local para o efeito. O Bairro Marechal Carmona seria inaugurado em 1946, a expensas da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, com subsídios dos Serviços de Urbanização do Ministério das Obras Públicas e da Câmara Municipal de Cascais, sucedendo-lhe, no ano seguinte, o projeto do Bairro dos Pescadores, também em Cascais. O rápido crescimento das localidades esteve, em 1948, na génese do Bairro Otaviano, na Parede, enquanto na vila se projetava a urbanização dos Parques Palmela e Gandarinha e da Quinta de Santa Clara, que vieram a ser pontilhados de vivendas. Já em 1949 se deu início à construção da primeira fase do Bairro da Federação das Caixas de Previdência, inaugurado no ano seguinte, quando também se equacionava a expansão dos bairros Marechal Carmona e Dr. Oliveira Salazar (Pescadores).

Costa do Sol
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