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CASCAIS, 1970-2000


A 3 de agosto de 1968, quando António de Oliveira Salazar caiu ao tentar sentar-se numa cadeira da sua residência de verão, no Forte de Santo António do Estoril, o Estado Novo, que personificava, iniciaria um inexorável processo de decadência, que a Revolução de 25 de abril de 1974 conduziu ao seu termo, implantando um regime democrático, apoiado por nova Constituição. Algumas das reuniões preparatórias do movimento decorreram, mesmo, no concelho, designadamente em S. Pedro do Estoril, a 24 de novembro de 1973, e em Cascais, a 5 de março do ano seguinte.

A descolonização trouxe a Cascais milhares de portugueses provenientes de África, que, instalados em hotéis, pensões e casas particulares do concelho, também contribuíram para o acréscimo de cerca de 17 000 habitantes alcançado entre 1973 e 1981, valor ainda assim percentualmente menos significativo que o registado nos municípios vizinhos. Mercê do extraordinário afluxo de migrantes à capital foi também neste período que se iniciou a construção de bairros clandestinos, quase sempre sem condições básicas de saneamento, por meio da ocupação de antigos terrenos agrícolas.

Em 1976 assistir-se-ia à fundação da CERCICA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Cascais, decidindo-se, no ano seguinte, criar um Museu do Mar na vila, adaptando, para o efeito, as instalações do extinto Sporting Clube de Cascais, projeto que apenas se efetivou plenamente em 1992. A possibilidade de fruição do património histórico e cultural seria alargada, em 1982, na sequência do legado de Henrique Mantero Belard à Câmara Municipal da Torre de S. Patrício, a futura Casa-Museu Verdades de Faria, onde funciona o Museu da Música Portuguesa. Apesar de a 18 de novembro de 1983 uma inundação deixar submersa a baixa de Cascais, ficando muitos estabelecimentos comerciais total ou parcialmente inutilizados, o período subsequente caracterizar-se-ia pela aposta na melhoria das condições de vida e na recuperação dos patrimónios natural e cultural de um concelho que se ressentira de um crescimento populacional verdadeiramente explosivo.

A 20 de outubro de 1984 promoveu-se no Autódromo do Estoril o I Grande Prémio de Fórmula 1, em que se sagrou vencedor Alain Prost. Dias depois, a concessão do jogo na Costa do Estoril seria atribuída à Estoril Sol. Já a 21 de janeiro do ano seguinte tomaram posse os elementos que comporiam a Comissão Instaladora da Área de Paisagem Protegida Sintra-Cascais, que abrange o parque florestal da Serra de Sintra, a zona costeira até às Azenhas do Mar e, no concelho de Cascais, todo o quadrante noroeste, que permitiu, a 11 de março de 1994, a constituição do Parque Natural Sintra-Cascais. Ainda no domínio ambiental, em 1986 – no mesmo ano em que se inaugurou o Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Monte Estoril – se assinaria o contrato para a execução da empreitada de construção do Intercetor Geral Laje-Sassoeiros-Guia, integrado no projeto de saneamento da Costa do Estoril, a que se seguiu, em 1990, o início da laboração da Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos de Trajouce.

A 6 de janeiro de 1987, a Câmara Municipal apresentou o Programa de Recuperação dos Bairros Clandestinos de Cascais, de forma a minimizar as consequências de um processo de urbanização que se apossara de parte substancial do concelho, assinando-se, em 1988, a adjudicação da empreitada para a construção da nova autoestrada de Lisboa a Cascais, concluída em 1991. Neste ano inaugurou-se, ainda, o CascaisShopping, o primeiro centro comercial regional em Portugal, a que se sucedeu, em 1996, o lançamento da primeira pedra da Marina de Cascais, em funcionamento desde 6 de agosto de 1999, no mesmo ano em que a Parede ascendeu à categoria de vila. Já em maio de 1997 era aprovado em Conselho de Ministros o Plano Diretor Municipal de Cascais, instrumento fundamental para a administração do território. No ano seguinte, o concelho seria finalmente dotado de um Palácio de Justiça adaptado às suas necessidades, para onde também se transferiram as Conservatórias dos Registos Civil, Predial e Comercial.

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