CASCAIS, 1960-1970
De acordo com a Monografia de Cascais, a partir de 1962 elaborar-se-ia um vasto plano de obras tendo por base estudos previamente estabelecidos, com vista à urbanização das povoações de Trajouce, Abóboda, Birre, Cobre, Galiza, Alapraia, S. Domingos de Rana, Outeiro de Polima e toda a área compreendida entre S. João e S. Pedro do Estoril, bem como o núcleo de Mato-Cheirinhos. O mesmo sucederia em relação à área norte de Tires, do Rosário, da Rebelva e da zona envolvente da Praça de Touros. Remontam já a 1963 os projetos para a expansão do Murtal, Bicesse, Pau-Gordo, Martinha, Alvide, Abuxarda e Zambujal, ano em que também se deu início à venda de terrenos para a construção através das Caixas da Previdência, em Alvide, no atual Bairro de S. José e ao estudo da urbanização da zona entre a Quinta das Saínhas e de Santo António e o limite do concelho com Oeiras.
O fornecimento de energia elétrica atesta de forma expressiva esta evolução. Segundo as informações compulsadas na obra que vimos citando, alcançaria, em 1957, Bicesse, Alcoitão, Torre e Birre; em 1959, Malveira da Serra, Talaíde, Pau Gordo e Martinha; em 1960, Arneiro, Sassoeiros, Murches, Aldeia de Juso e Carrascal de Manique; em 1961, Charneca e Areia; em 1962, Atrozela, Bicesse e Madorna e em 1963 – no mesmo ano em que se iniciavam os trabalhos de remodelação do Parque Palmela, concluídos em 1968 – Polima, Outeiro de Polima e Conceição da Abóboda. O Cabreiro apenas seria dotado desta mais-valia em 1969...
A 11 de outubro de 1964, no ano em que Cascais celebrou o 600º aniversário da sua elevação à categoria de vila, proceder-se-ia à inauguração do Aeródromo da Costa do Sol – Conde de Monte Real. Em 1965 abria portas o Hotel Estoril-Sol, investimento superior a 150 mil contos, iniciativa de José Teodoro dos Santos, que marcou um novo período de desenvolvimento turístico da região, a que nos referimos. Foram também inaugurados o edifício dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento de Cascais e a Estátua de D. Pedro I, num ano igualmente marcado pela estreia de Esopaida, a primeira peça do Teatro Experimental de Cascais, com encenação de Carlos Avilez.
A urbanização do concelho prosseguiu rapidamente, à medida que antigos residentes e novos migrantes que procuravam organizar a sua vida na capital foram forçados a procurar habitação fora de portas, a custos mais acessíveis. Multiplicaram-se, desta forma, novas urbanizações em que as moradias de dois pisos cederam lugar a prédios de vários andares, com o apoio de carreiras regulares de autocarros que partiam das estações ferroviárias. Foi neste contexto que, por exemplo, em 1966 decorreu a inauguração do Bairro da Caixa de Previdência, na Torre e dos Bairros da Madorna e do Rosário.
Nesse ano abriria portas, em Alcoitão, o Centro de Medicina e Reabilitação da Misericórdia de Lisboa, a que se sucedeu a colocação da primeira pedra para a construção da Aldeia de Crianças S.O.S, em Bicesse. Já a 28 de março de 1968 se iniciava a atividade do novo Casino Estoril, gizado pelos arquitetos Filipe Nobre de Figueiredo e José de Almeida Segurado, o mesmo sucedendo ao Liceu de Cascais, em S. João do Estoril, com capacidade para 1 900 alunos. A 22 de novembro de 1971 também o Pavilhão de Desportos de Cascais – já demolido – recebia o primeiro Festival Internacional de Jazz, a que se seguiria, em 1972, a inauguração oficial do Autódromo do Estoril, ainda que incompleto.