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Pegadas de Cascais 13.º Episódio | Um General Santo em Cascais

03 Maio 2021
Neste 13.º Episódio das Pegadas de Cascais contamos-lhe como Santo António, recrutado como soldado, foi General no Regimento de Cascais.

Neste 13.º Episódio das Pegadas de Cascais contamos-lhe como Santo António, recrutado como soldado, foi General no Regimento de Cascais.
No séc. XVIII, o rei Dom Pedro III ordenou que Santo António fosse recrutado como soldado no II Regimento de Infantaria em Lagos, sendo promovido sucessivamente a capitão e a coronel. Depois foi transferido para o Regimento de Cascais.

Santo casamenteiro, Doutor da Igreja, militar vitorioso, assim era visto Santo António. No século 18, D. Pedro III ordenou que Santo António fosse recrutado como soldado no Regimento de Infantaria de Lagos, sendo promovido a sargento até ser transferido para o Regimento de Cascais.
Durante as Guerras Napoleónicas, Santo António foi eleito padroeiro do Exército e a sua imagem acompanhava as tropas portuguesas em todas as batalhas. Na Batalha do Buçaco, em 1810, o Exército Português, no qual controlava o décimo nono regimento de infantaria de Cascais, derrotou o general Massena, responsável pela segunda invasão a Portugal.
Graças a Santo António, como testemunharam muitos combatentes, os soldados do Regimento de Cascais, motivados pela fé na vitória, superaram todos os obstáculos e foram descritas como as mais bravas da batalha.

O segredo que explicou esse fulgor e a força da sua investida foi que o seu comandante, que avançou à frente do Regimento de Cascais, montado numa mala branca era Santo António.
Ao tomar conhecimento do que se passara no Buçaco, a partir do Brasil, o Príncipe regente Dom João ordenou que se elevasse ao posto de tenente-coronel de Infantaria o santo de Lisboa, decretando que lhe deveria ser pago soldo, em tributo de gratidão pela sua intervenção em defesa dos interesses nacionais.
Esse valor pecuniário era registado oficialmente nos livros legais e utilizado para apoio à população mais necessitada de Cascais.

O coronel António Rosado, que no dia 25 de Abril de 1974 integrava a guarnição militar de Cascais, ainda se recorda do gabinete pertencente a Santo António na fortaleza da Cidadela. Este capitão de abril recorda que quando estava no Centro de Instrução de Artilharia de Costa em Cascais estava na Cidadela, numa sala exclusiva, a estátua de madeira de Santo António.
Existiu até há cerca de dez anos uma procissão anual entre a Cidadela e a Igreja do Estoril, na qual participava a figura de Santo António, montado na sua mula branca e acompanhado por tropas utilizando o fardamento da época.

Depois da sua morte, em Portugal Espanha e Brasil, entre outros países, surgiu o costume de atribuir méritos e honrarias militares a Santo António.
Em 1922, por despacho do Presidente do Brasil, Artur Bernardes, Santo António foi passado à reserva do Exército brasileiro. O decreto dizia: "O coronel António de Pádua vai quase em três séculos de serviço, pelo que o nomeio General e o passo à reserva".

Desde então, Santo António figura no Anuário Brasileiro como oficial de reserva. Santo António nasceu em Lisboa, a 13 de setembro de 1191, e morreu a 13 de junho de 1231, em Pádua, na Itália, razão pela qual é conhecido por Santo António de Lisboa ou Santo António de Pádua. S.R.S.

 

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