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O Bairro dos Museus de Cascais dá início à programação de verão

25 Jun 2024
Quatro exposições imperdíveis para um verão cheio de Cultura

O Bairro Dos Museus de Cascais dá início à programação de verão com a inauguração de quatro exposições. As mostras acontecem no Centro Cultural de Cascais, onde vão estar patentes "ABRAÇAR O INFINITO" de Bettina Vaz Guimarães (a partir de 28/06), "VASOS COMUNICANTES" de Catarina Pinto Leite (a partir de 05/07) E "A GEOGRAPHY OF MYSTERIES [UMA GEOGRAFIA DE MISTÉRIOS]" de Volker Schnüttgen (a partir de 13/07)

Há ainda "O PODER DA PAISAGEM – OLHAR UMA PAISAGEM E PENSAR NO MUNDO", com pinturas vindas do Museu Nacional Grão Vasco, para ver na Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais, a partir de 29/06.

ABRAÇAR O INFINITO – BETTINA VAZ GUIMARÃES
De 28 de junho a 29 de setembro de 2024
Centro Cultural de Cascais – Capela

A artista brasileira Bettina Vaz Guimarães vive e trabalha entre São Paulo e Lisboa. A sua produção artística abrange a pintura, o desenho, as instalações e as obras site-specific.

No conjunto de pinturas que apresenta em Cascais, a artista dá continuidade à sua pesquisa pictórica, onde a cor e a forma são os elementos primordiais. Nas 280 pinturas que compõem a exposição, especialmente pensada para o espaço da antiga Capela do Fundador do Convento de N. Srª. da Piedade dos Carmelitas Descalços, a artista explora uma nova paleta de cores inspirada nas ruas de Lisboa. Foram as formas, a arquitetura, a paisagem, as cores e a luminosidade, as cenas do quotidiano desta cidade que definiriam por onde seguiria sua pintura.

Todas as 280 obras (24x32cm, cada) foram realizadas em tinta acrílica sobre papel, grafite e lápis de cor e fazem parte da série "Elementos (2018 – 2024)". Dispostas lado a lado na Capela do Centro Cultural de Cascais, as pinturas constroem uma intensa amostra do universo cromático da artista. Apresentados desta forma, revelam também a inter-relação que existe entre as obras. A artista trabalhou em várias pinturas simultaneamente permitindo que uma imagem influenciasse a outra, refletindo a complexidade do mundo atual.

"Nesta exposição quero que o visitante mergulhe no meu universo com infinitas soluções, são muitas pinturas e pode sentir-se confuso e submerso. Entre no meu universo e deixe-se envolver. Respire com calma, olhe com atenção, escolha 3 obras que você gostou, saia da sala, retorne e escolha mais 2. Esta exposição é para olhar, olhar os detalhes. Cada vez notará mais pormenores", afirma a artista numa nota aos visitantes.


O PODER DA PAISAGEM – OLHAR UMA PAISAGEM E PENSAR NO MUNDO
Obras da Coleção do Museu Nacional Grão Vasco
De 29 de junho e 6 de outubro de 2024
Palácio da Cidadela de Cascais | Galeria de Exposições

Uma seleção de cerca de 90 pinturas que integram a coleção do Museu Nacional Grão Vasco de Viseu, reunidas na exposição "O Poder da Imagem – Olhar uma Paisagem e Pensar no Mundo" poderá ser vista na Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais entre 29 de junho e 6 de outubro de 2024. A mostra integra a programação do Bairro dos Museus e acontece no âmbito da colaboração entre a Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais com o Museu Nacional Grão Vasco que em breve também levará obras de Paula Rego ao secular museu Viseense.

De grande valor cultural e histórico, a exposição "O Poder da Paisagem" é uma oportunidade única de se ver obras da coleção do Museu Nacional Grão Vasco que maioritariamente têm estado inacessíveis ao público. Organizada em cinco núcleos temáticos, a exposição relata o encontro entre o Artista e a Natureza e a forma como este foi registado pelos pintores de diferentes épocas. A exposição integra ainda exemplares de espécimes minerais (jaspe paisagem, quartzo com turmalina melancia e dendrites de pirolusite), também estes da coleção do museu, que, pelas suas caraterísticas e composição geológica, se constituem como verdadeiras paisagens.

A pintura de paisagens é transversal à coleção de pintura do Museu Nacional Grão Vasco, na qual estão representados artistas de diferentes períodos que pintaram panoramas campestres e urbanos, figurativos e abstratos que evidenciam a complexidade e a vastidão deste tema. Nas telas expostas, os artistas relacionam-se com a paisagem registando a forma como a compreendem, conceptualizam, veem ou imaginam. Na exposição estão representados artistas como Grão Vasco (1475-1542), José Malhoa (1855-1933), Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), Júlio Gonzaga Ramos (1868-1945) e Joaquim Lopes (1886-1956).

Odete Paiva, diretora do Museu Nacional Grão Vasco afirma que a exposição "O Poder da Paisagem - Olhar uma paisagem e pensar no mundo" pretende suscitar reflexões significativas, partindo da paisagem como elemento inspirador, para pensar a relação do Homem com a Natureza. As paisagens, naturais ou humanizadas, mostram-nos a passagem do tempo e a fragilidade do meio ambiente e evocam emoções e experiências. A sua contemplação deve lembrar-nos a importância da sua proteção e conservação para as gerações futuras".

Os organizadores da exposição salientam ainda que, através desta iniciativa colaborativa, pretende-se concretizar parcerias que contribuam para diversificar as experiências culturais em Cascais e em Viseu, promover a coesão territorial e dar a conhecer narrativas artísticas que promovam o respeito pela diversidade.

VASOS COMUNICANTES – CATARINA PINTO LEITE
De 5 de julho a 15 de setembro de 2024
Centro Cultural de Cascais – Piso 2

"A natureza habita em mim ou sou eu que habito a natureza?", questiona-se a artista Catarina Pinto Leite (Lisboa, 1963). Em "Vasos Comunicantes", a sua nova exposição de pinturas sobre tela e papel, patente no Centro Cultural de Cascais a partir de 5 de julho de 2024, a pintora revisita a natureza dos seus lugares: onde cresceu, onde viveu e onde experienciou relações profundas.

A importância da natureza e das memórias que perduram no tempo é tema que delineia a exposição. Para Catarina Pinto Leite, a natureza é uma fonte infinita de inspiração e aprendizagem. Na sua obra pictórica, explora a questão da paisagem, exterior e interior, intercetando-a com as suas próprias experiências.

É assim que as suas memórias de uma viagem à Toscana e a obra de Emily Dickinson que leu na altura, especialmente os poemas em que a autora norte-americana versa sobre flores, reunidas em "Herbarium" – um livro sobre a sua coleção de plantas – estão na base da série de trabalhos que agora expõe em Cascais. Há ainda ecos da pintura de Mark Rothko e de Nicolas de Staël, e da tradição dos herbários, como o de Dickinson ou o de Lourdes Castro, e das naturezas-mortas. São pinturas de grande formato, quase exclusivamente em tonalidades de verde, que evocam o reino vegetal. Além da tinta, a artista também manipula folhas de papel rasgadas que depois são aplicadas sobre o suporte para formar a composição.

Luísa Soares de Oliveira, curadora da mostra, observa que os "vasos comunicantes" de Catarina Pinto Leite, "comunicam com a história; a história pessoal, em primeiro lugar, feita de memórias de territórios, passagens, percursos, histórias, leituras, imagens, autores; e a história coletiva da pintura e do desenho, na medida em que, como é norma na nossa contemporaneidade, se apropriam de géneros e de obras passadas para os atualizar no tempo presente".

Catarina Pinto Leite começou o seu percurso artístico em 1990, com um curso de Pintura Decorativa com a Professora Joana Valdez durante dois anos, enquanto trabalhava como restauradora de pintura na Oficina de Conservação e Restauro (OCRE). A seguir, cursou Desenho e História da Arte na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (1991 e 1994) e Pintura na Arte Ilimitada sob a orientação de Filipe Rocha da Silva. Foi professora de Artes Plásticas durante seis anos num colégio em Lisboa e desde 1996 expõe individual e coletivamente em diversos espaços. A sua obra está representada em coleções públicas e privadas.

VOLKER SCHNÜTTGEN – A GEOGRAPHY OF MYSTERIES
[UMA GEOGRAFIA DE MISTÉRIOS]
13 de julho de 2024 a 6 de outubro de 2024
Centro Cultural de Cascais – Piso 0

De 13 de julho de 2024 a 6 de outubro de 2024, o Centro Cultural de Cascais apresenta a exposição "A geography of mysteries", dedicada à obra de Volker Schnüttgen (n.1961), artista alemão radicado em Portugal desde a década de 1990. Concebida em parceria com a zet gallery, galeria de arte contemporânea situada em Braga, a exposição é uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais e integra-se na programação atual do Bairro dos Museus.

Comissariada por Helena Mendes Pereira, diretora e curadora da zet gallery, a exposição "A Geography of Mysteries" no Centro Cultural de Cascais é organizada em quatro espaços que correspondem a séries de trabalhos que Volker Schnüttgen produziu em diferentes fases da sua prática artística, tendo a madeira como o fio condutor das esculturas. Tendo explorado também as possibilidades plásticas da pedra e do ferro, é a madeira, em particular a madeira de carvalho, que tem marcado o seu processo criativo.

Entre as obras apresentadas, "Landscape #2", que abre a exposição, reflete a influência que diversas experiências em Moçambique exerceram sobre a prática de Schnüttgen. Já em "Listening to na oak", reúne um conjunto de peças em que o artista, verdadeiramente, desvenda os sentidos da matéria, num exercício reflexo do seu trabalho de experimentação constante e respeito pela magia das árvores. Em "Encyclopedia of nature", o artista aproxima-se das formas do real figurativo, evidenciando a constante dimensão poética do seu processo criativo que combina o domínio das tecnologias e materiais. Ao esculpir 22 livros em madeira, o artista evoca a natureza enquanto detentora de todas as razões, emoções e de todas as formas iniciais de conhecimento.

Na obra multidisciplinar "HABITAT", um híbrido de instalação e performance criado em coprodução com o coletivo de dança LaborGras em 2010, às esculturas de Schnüttgen funde-se a dança, através de um software desenvolvido especialmente para a performance, "dando-nos a ilusão de que o movimento acontece no interior do objeto como se a arte, nascida da natureza, fosse o habitat do corpo que se desenha no ar", observa a curadora.

Volker Schnüttgen nasceu Attendorn, Alemanha. Em 1982 inicia seus estudos em escultura e gravura na Universidade de Artes de Bremen. Em 1992, recebe uma bolsa do Ministério dos Negócios Estrangeiros português. Desde 1993 vive e trabalha permanentemente em Sintra, Portugal. Em 1999 ganha o Prêmio Cultura do Conselho de Olpe, Alemanha. Em 2004 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para um curso de formação em novas tecnologias em Berlim. Em 2008 concluiu o Mestrado em Multimédia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde também lecionou escultura de 2010 a 2016. Desde 1986 a sua obra tem sido exposta em países Portugal e Alemanha. Espanha, Suécia, Holanda, Moçambique, Estados Unidos ou o Irão.

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