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Local onde Cascais nasceu vai ser requalificado e visitável

01 Mar 2021
Praça de acesso às Grutas do Poço Velho em requalificação

Aqui nasceu Cascais. As Grutas do Poço Velho vão ser devolvidas à população. Uma ação possível na sequência de duas intervenções de beneficiação, uma dos espaços exteriores que hoje arrancou, e outra, para criação de "um circuito de visitação no interior, que com segurança, vai permitir a todos interpretarem e conhecerem o local onde Cascais nasceu". O anúncio foi feito hoje (01.03.2021) por João Aníbal Henriques, vereador na Câmara Municipal de Cascais para a área do património historico-cultural e arqueologia.

Faça uma visita virtual 3D às Grutas do Poço Velho aqui

A requalificação dos espaços exteriores, que vai durar cerca de 45 dias, implica um investimento no valor estimado de 81 mil euros e irá permitir criar um circuito exterior dando maior visibilidade a "esta necrópole pré-histórica, do mais ancestral possível da existência humana em Cascais", justifica o vereador. Uma mais-valia para o concelho, uma vez que as Grutas do Poço Velho são "motivo de muita curiosidade por parte de todos", acrescenta ainda João Aníbal Henriques.

Desta forma, e com uma praça renovada, haverá mais um motivo de visita a Cascais, para conhecer melhor a sua história.

Veja o vídeo aqui 

Mais sobre as Grutas do Poço Velho

As grutas naturais do Poço Velho localizam-se na margem direita da Ribeira das Vinhas, a cerca de 500 metros da sua foz, na Praia da Ribeira, em plena vila de Cascais. Atualmente, o acesso à rede de galerias faz-se por duas entradas diferentes. Em 1879, o geólogo Carlos Ribeiro (o "fundador" da arqueologia cascalense) explora pela primeira vez estas grutas, tendo detetado nos sedimentos que preenchiam o seu interior vestígios arqueológicos que vão desde o Paleolítico até à Antiguidade Tardia. Para saber mais, visite a página deste local no site Lisboa Romana. No entanto, a principal ocupação é de época neolítica e calcolítica (4º e 3º milénios a. C.) e corresponde à utilização da gruta como necrópole, tendo sido identificada mais de uma centena de enterramentos.

Entre 1945 e 1947, Abreu Nunes promove novas intervenções neste sítio arqueológico, então sob a gestão da Junta de Turismo de Cascais. Os trabalhos de escavação permitiram recolher um diversificado conjunto de espólio funerário, que inclui artefactos de pedra polida e lascada, artefactos votivos de calcário, placas de xisto decoradas, elementos de adorno e cerâmica.

Algum do espólio recolhido neste sítio arqueológico encontra-se em exposição no Museu da Vila de Cascais

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