Trata-se de um da peça de artilharia de bronze que havia sido recolhida de um contexto arqueológico subaquático em setembro de 2016, pelo Núcleo de Património Histórico e Cultural da Câmara Municipal de Cascais, com o apoio do Centro de Investigação Naval, do Centro de Humanidades (FCSH-UNL), da Direção-Geral do Património Cultural e da EMPEC/M@rbis .
Os prolongados trabalhos de conservação e restauro da peça, que incluíram a remoção da concreção marinha que envolvia a peça, a estabilização química do metal e a proteção final, para que esta possa ser fruída pelo público, decorreram nas instalações do Museu do Mar – Rei D. Carlos, onde foi propositadamente construído um tanque para operar os necessários tratamentos por imersão.
Apesar de não haver muitas certezas respeitantes aos acontecimentos históricos que conduziram ao afundamento desta peça, o seu restauro permitiu identificar a origem espanhola, da dinastia Habsburgo (1516-1700), mas de período anterior ou posterior ao domínio filipino em Portugal, uma vez que o brasão de armas da Casa Real Espanhola não ostenta o escudo português caraterístico das armas dos Filipes de Espanha. Um outro brasão de armas que adorna esta peça pertence aos Duques de Medina-Sidonia – o mais importante ducado de Espanha – que contou com alguns comandantes de armadas e de artilharia espanholas.