Cascais em Ramalho Ortigão
Sinopse
Na obra de Ramalho Ortigão (1836-1915) encontram-se várias referências a Cascais. Esta antologia, coligida sobretudo de As Farpas (1871-82) e de As praias de Portugal (1876), elaborada e comentada pelo professor e historiador Wladimiro Ferreira, evidencia a escrita elegante do autor, bem como a sua ironia mordaz quando, por exemplo, se detém sobre o projeto de termalização do Estoril ou a construção imobiliária no Monte Estoril.
O escritor e bibliotecário, membro da “Geração de 70” e do grupo “Vencidos da Vida”, foi também um cultor da literatura de viagens, seguindo uma tendência então muito em voga. Dos numerosos relatos das suas excursões pelo país, destaca-se o mencionado As praias de Portugal cujo capítulo De Pedrouços a Cascais, aqui numa reprodução fac-similada, principia com um sugestivo aroma da Belle Époque: “Se queres dar, leitor, o mais bello dos passeios permitidos ao habitante de Lisboa, faze o que eu hontem fiz. Levanta-te ás 5 horas da manhã (…), pega na tua bengala e no teu binoculo e vae á ponte dos vapores ao Caes do Sodré.”