A Casa das Histórias Paula Rego inaugura, a 18 de dezembro (18h00), duas exposições que aprofundam diferentes dimensões da obra da artista: A Coleção da CHPR em diálogo com a Coleção da artista, (salas 1 a 7), e Costumes and pictures: o vestuário na obra de Paula Rego, (sala 0). As mostras, patentes até 15 de março de 2026, apresentam novas perspetivas sobre o processo criativo e o universo temático de Paula Rego, incluindo obras inéditas e outras menos conhecidas do público.
Com curadoria de Catarina Alfaro, as exposições são uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais, reafirmando o compromisso das instituições com o estudo e a divulgação do legado da artista portuguesa.
A Coleção da CHPR em diálogo com a Coleção da artista propõe uma leitura renovada da obra de Paula Rego a partir do encontro entre dois núcleos fundamentais que se complementam: a coleção da Casa das Histórias Paula Rego e a coleção da artista. Este diálogo permite observar temas, personagens e técnicas que se cruzam ao longo de décadas, revelando a coerência e a vitalidade de uma obra profundamente enraizada na experiência e na imaginação. A exposição permite acompanhar o percurso de Paula Rego desde as primeiras experiências em Londres, na Slade School of Fine Arts, até à consolidação da linguagem pessoal, marcada pelo cruzamento entre imaginação, literatura e realidade social.
Entre os destaques contam-se obras inéditas, como um autorretrato não datado e o retrato da neta Darcey, bem como cadernos de desenhos dos anos 1970, apresentados pela primeira vez, que evidenciam o processo experimental da artista.
A exposição abrange obras emblemáticas como Dia e Noite (1953), Encontro com Adélia (2013), A última mamada (2012), O pescador (2005), A Mãe a usar a pele do lobo (2003) – da série "Capuchinho Vermelho" –, recentemente adquirida pela Fundação D. Luís I e em depósito no museu. A mostra inclui o modelo fabricado pela própria artista a Árvore das Musas (2007). Evidenciam-se ainda três obras de uma série dedicada à Depressão (2007), em que a artista capta o sentimento de incompreensão, construindo imagens ferozes da solidão e do sofrimento humano.
O percurso não segue uma ordem cronológica, mas organiza-se em torno de temas e emoções recorrentes. A vida e a obra de Paula Rego surgem aqui como realidades inseparáveis, num diálogo contínuo entre o íntimo e o universal, o político e o poético.
Costumes and pictures: o vestuário na obra de Paula Rego apresenta o trabalho da artista através da lente da moda e do vestuário, explorando como a indumentária se tornou um elemento central nas suas composições. Pela primeira vez, peças do guarda-roupa do estúdio de Paula Rego são exibidas de forma sistemática, em diálogo com as obras que lhes correspondem. Esta abordagem permite ao público compreender a importância do vestuário na construção das personagens e na criação cénica de cada pintura.
O interesse de Paula Rego pela moda surgiu muito cedo, por influência da mãe e das primeiras experiências em Londres e Paris. A exposição apresenta cartas da artista à mãe, escritas no início dos anos 1950, nas quais descreve ao detalhe, através de desenhos, as últimas tendências. Esta atenção à moda, aos tecidos e aos gestos quotidianos de se vestir teve um impacto direto na forma como desenvolveu narrativas visuais, contribuindo para a riqueza e a complexidade do seu imaginário único.
A partir dos anos 1990, o vestuário assume um papel determinante nas composições de Rego, não só na caracterização psicológica das personagens, mas também na dimensão pictórica, potenciada pelo uso do pastel seco. O guarda-roupa e os acessórios, revelam como os objetos do dia a dia se transformam em estímulos criativos e instrumentos narrativos. Como a própria artista afirmou: "As roupas dizem algo sobre a personalidade, sobre a personagem, sobre a sua posição social e sobre a época também. São um elemento muito importante no contexto de qualquer história visual."
Entre as obras apresentadas destacam-se o estudo para A prova (1990), bem como uma pintura da série O crime do Padre Amaro (1997), nas quais o vestuário assume protagonismo. Estas peças ilustram de forma exemplar o modo como Paula Rego utilizava tecidos e adereços como motores das suas histórias visuais, transformando-os em matéria pictórica.
Informações:
Casa das Histórias Paula Rego
Av. Papa Francisco, 300, 2750-475 Cascais
+351 214 826 970
https://www.fundacaodomluis.pt/
Abertura ao público: Terça-feira a domingo, das 10h às 18h (última entrada: 17h40)
Admissão: 5 euros (permite acesso à Casa das Histórias Paula Rego); 15 euros (permite acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 24 horas), ou 25 euros (permite acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 72 horas)
Descontos:
Bilhetes seniores e residentes no concelho de Cascais – 50% de desconto no valor do bilhete de Entrada; Aderentes ao cartão FNAC – 40% de desconto do valor do bilhete de entrada; Bilhete Grupo – (famílias numerosas, grupos organizados, etc) a partir de 7 pessoas – 25% de desconto sobre o valor total; Bilhete Pack CP – 12€ (Bilhete diário todos os equipamentos + Bilhete ida e volta CP Cascais/ Cais do Sodré
Isenções:
Antigos Combatentes, viúvas e viúvos (artº18, lei 46/2020, de 20 de agosto); Crianças até aos 18 anos (inclusive) conforme plano das Cidades Amigas das Crianças – UNICEF; Detentores do cartão escolar integrado – Cascais; Escolas e Instituições de educação com marcação prévia; Membros do ICOM, APOM, Academia Portuguesa da História, Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Academia Nacional de Belas Artes, Academia das Ciências de Lisboa; Funcionários CMC/FDL, Empresas e Associações Municipais e Funcionários da Presidência da República; IPSS; Jornalistas em função; Desempregados; Representantes de parceiros e patrocinadores do BM (incluindo Museu da Presidência); Guias Turísticos credenciados; (Antigos) Presidentes da República e familiares até ao 2º grau.
Nota: Para preços reduzidos e gratuidade, é necessária a apresentação do respetivo comprovativo













