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EXPOSIÇÃO EDUARDO ARROYO – UMA BIOGRAFIA PINTADA

02 Jun 2025
7 DE JUNHO A 7 DE SETEMBRO DE 2025 | INAUGURAÇÃO 6 DE JUNHO DE 2025 ÀS 18H30

No ano em que comemora o 25.º aniversário, o Centro Cultural de Cascais apresenta Uma Biografia Pintada, uma exposição dedicada a Eduardo Arroyo — um dos mais destacados nomes da arte espanhola do século XX, reconhecido por desafiar as convenções ao longo de seis décadas de produção artística incansável e multifacetada. A mostra, promovida pela Fundação D. Luís I e pela Câmara Municipal de Cascais, integra a programação do Bairro dos Museus e estará patente entre 7 de junho e 7 de setembro.

A obra de Eduardo Arroyo (Madrid, 1937–2018) combina uma crítica social mordaz com uma linguagem visual vibrante. Com um estilo figurativo inconfundível, aborda tanto a política de uma época como a cultura popular, enquanto confere à arte contornos autobiográficos. A prática artística de Arroyo abrange pintura, escultura, cenografia e ilustração, sendo marcada por cores vivas e uma forte carga simbólica.

Com curadoria de Marisa Oropesa, a exposição no Centro Cultural de Cascais apresenta uma parte da biografia pintada de Eduardo Arroyo. Essa expressão, cunhada pelo próprio, define a relação do artista com a pintura: "Na verdade, a pintura é um processo autobiográfico. Estás constantemente a pintar a tua vida... há, indubitavelmente, uma relação muito estreita com a vida de cada um. É uma biografia pintada."

Organizada de forma cronológica, Eduardo Arroyo – Uma Biografia Pintada reúne mais de 40 obras (nomeadamente pinturas figurativas, mas também desenhos e esculturas em bronze e aço) produzidas entre meados dos anos 60 e 2018.

Os trabalhos reunidos em Eduardo Arroyo – Uma Biografia Pintada provêm de coleções particulares e de importantes instituições espanholas, como o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, o Museo de Arte Contemporáneo de Villanueva de los Infantes e a Colección Azcona.

São apresentadas pinturas como a emblemática El último exilio (1963), as monumentais Los cuatro dictadores (1963) e Robinson Crusoe (1966), todas da coleção do Museu Reina Sofía; El pintor orgulloso de sí mismo (1976), Parmi les peintres (1976) e Cristóbal Colón (1992), nas quais introduz técnicas de colagem; El retrato de Dorian Gray (2004); e El buque fantasma (2018), o seu último trabalho.

A exposição aborda as diversas temáticas e influências que permeiam a obra de Arroyo, com destaque para as questões sociais e políticas, especialmente no início da carreira do artista — fase marcada pelo exílio em Paris, na consequência das denúncias do pintor contra a ditadura franquista.

Partindo de obras marcadamente políticas, a linguagem visual de Arroyo evoluiu gradualmente para uma expressão mais sutil, irónica e, inevitavelmente, mais íntima, dialogando também com a literatura, o cinema, a história, a música e o folclore espanhol. Em alguns dos trabalhos expostos, o artista propõe reinterpretações de mestres como Van Gogh e De Chirico, em outras incorpora referências a figuras como Fernand Léger, Vladimir Nabokov, Oscar Wilde e Wagner.

A curadora Marisa Oropesa ressalta que "um elemento essencial da iconografia de Arroyo é, sem dúvida, o folclore espanhol, ao qual ele confere um novo significado". O artista revisita esse universo popular não apenas como referência estética, mas como ferramenta crítica e simbólica, adaptando-o às diferentes fases de uma longa produção e aos propósitos específicos de cada peça. Nas telas de Eduardo Arroyo, elementos como a garrafa de Tío Pepe e o chapéu de Córdoba ganham novos sentidos, enquanto figuras como toureiros, boxeadores, dançarinas de flamenco e limpadores de chaminés assumem papéis renovados.

Eduardo Arroyo – Uma Biografia Pintada, no Centro Cultural de Cascais a partir de 7 de junho, revela a força e autenticidade de um artista que proclamava: "a minha pátria é a pintura", reafirmando-o como figura incontornável da arte contemporânea europeia.

 

Outras exposições para ver no CCC agora
Além de Eduardo Arroyo – Uma Biografia Pintada, atualmente o Centro Cultural de Cascais apresenta outras exposições, incluindo Fragmentos de Filipa Pais Rodrigues, patente até 22 de junho, e AREAL (3) Nada com sem propósito, de António Areal, Martim Brion e Sofia Areal, patente até 13 de julho de 2025. Até ao final de 2025, ainda vão passar por Cascais exposições dedicadas aos artistas Ana Galvão e Cícero Dias, entre outros.


Centro Cultural de Cascais
Avenida Rei Humberto II de Itália, Nº16, 2750-800 Cascais, Portugal
Mais info


Abertura ao público: Terça-feira a domingo, das 10h às 18h (última entrada: 17h40)

Admissão: 5 euros (permite acesso a todas as exposições patentes no Centro Cultural de Cascais); 15 euros (permite acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 24 horas), ou 25 euros (permite acesso a todos os equipamentos do Bairro dos Museus durante 72 horas)

Descontos: Bilhética Bairro dos Museus 

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