Esta moradia assume-se enquanto uma das mais importantes realizações privadas do Monte Estoril, particularmente no que diz respeito ao património azulejar que integra. Foi mandada construir por James Gilman, segundo proprietário da Fábrica de Loiça de Sacavém, com projeto do Arquiteto Gaston Landeck, de 1899.

É um edifício de grande impacto cenográfico, que ocupa uma posição dominante sobre o centro histórico da localidade. Na fachada, a sul, os pisos inferiores formam uma galeria fechada com vidro, num corpo central avançado e facetado, que lhe confere grande dinamismo. A diferenciação em registos faz-se por meio de frisos de azulejos arte nova, que se repetem no segmento antecedente ao nível do telhado. No terceiro andar abre-se um amplo terraço murado por balaustrada, que funciona como miradouro privilegiado sobre a linha de costa, sendo os alçados da fachada decorados com painéis de azulejos da autoria de Jorge Colaço. É, todavia, nas salas do interior que esta modalidade artística se evidencia, em número e qualidade que impressionam ainda hoje. Grandes painéis narrativos, mitológicos e/ou palacianos, um deles retratando uma armada inglesa num mar revolto, interligam-se com frisos vegetalistas arte nova, formando uma solução aparentemente anacrónica, mas de surpreendente harmonia.