Os Moinhos da Quinta dos Cinco Ventos constituem um pequeno mas significativo conjunto moageiro, no qual foram contemplados todos os princípios técnicos da moagem tradicional dos Moinhos de Torre.

Possuem torre de planta circular em alvenaria de pedra e argamassa. O exemplar que se presume mais antigo, a nascente do conjunto, é constituído por piso térreo e um andar de sobrado, tendo sido restaurado em 1997, por iniciativa da Junta de Freguesia de Alcabideche. No piso inferior existem apenas alguns armários, em vãos escavados nas grossas paredes de 1,30 m de espessura, tendo desaparecido todos os componentes do mecanismo de moagem. No piso superior, acessível por uma escada de pedra em caracol, resta o mastro do velame, de madeira, e os elementos adjacentes. A cobertura, ou capelo, é formada por uma estrutura cónica em madeira, assente num aro, forrada no exterior por folha de zinco. O mastro, de secção oitavada a partir da abertura, conserva as oito varas de suporte do velame, que já não existe. Nada resta igualmente do mecanismo de moagem propriamente dito, o mesmo sucedendo com as mós.

O segundo moinho não foi sujeito a qualquer restauro, encontrando-se nitidamente degradado. É muito idêntico ao anterior, mas estrutura-se em três pisos, sendo os dois superiores de sobrado, quase totalmente destruídos. Em cada piso existe um casal de mós, sendo as do piso intermédio destinadas à moagem de milho e as do terceiro piso, de grão mais fino, à moagem do trigo e do centeio. Sob o capelo conserva-se ainda o mastro e a entrosga, bem como alguns elementos do mecanismo e do travamento.

O Monumento ao poeta árabe Ibn Mucana, da autoria de António Duarte, foi inaugurado em 1965. Física e simbolicamente solidário com estes moinhos de vento é, de algum modo, testemunho da sua carga histórica, social, técnica e económica, materializando, na singeleza da sua expressão estética, toda a herança da cultura árabe na região.