Av. da República, nº 132
Cascais
Monumento de Interesse Municipal – Boletim Municipal de 16-10-2005
Esta moradia de planta quadrangular foi mandada construir por Henrique Sommer, em finais do século XIX, constituindo o mais importante e erudito exemplo de residência privada neoclássica de Cascais, como o atestam, nos alçados exteriores, os frontões lisos e curvos e as pilastras caneladas, cartelas, molduras e tríglifos. O seu estilo é igualmente marcado pela fachada principal, antecedida por pórtico retangular, assente sobre pilares nos ângulos, que enquadra a entrada e forma a varanda nobre do segundo andar, protegida por balaustrada.
O imóvel apresenta, assim, uma arquitetura equilibrada e harmoniosa, distribuída por três pisos, separados através de frisos bem salientes e onde o aparelho rusticado do rés-do-chão se destaca pelo seu diferente tratamento. Com uma planta quadrada, o seu volume assemelha-se ao de um cubo, sendo notória a elevação do piso térreo em relação à cota do passeio.
Há como que uma repetição das fachadas, ao longo dos diversos alçados, na sua distribuição e organização dos elementos arquitetónicos. A fachada sul, de composição simétrica, como as restantes, apresenta a entrada principal da casa, imponentemente marcada por um pórtico com dois pilares de base quadrada e fuste cilíndrico que, de forma equilibrada, sustentam uma elegante varanda de balaustrada em cantaria. As fachadas brancas aparecem decoradas com molduras e frisos salientes, que fazem a demarcação dos diferentes pisos, entablamentos sob as janelas e um frontão curvo que se encontra sobre a porta do piso nobre da fachada sul.
A norte da Casa Sommer existe um pequeno edifício, com dois pisos e fachada cega para o jardim que corresponde às antigas cocheiras, desenhadas por Francisco A. de Magalhães.
A Casa Henrique Sommer foi alvo de uma profunda intervenção de reabilitação, com projeto da arquiteta Paula Santos, que abrangeu também as antigas cocheiras e inclui um novo corpo subterrâneo que liga os dois edifícios. Esta obra permitiu a reinstalação do Arquivo Histórico Municipal de Cascais enquanto Centro de História Local num espaço dotado das condições necessárias para a recolha, organização, preservação e difusão da preciosa documentação à sua guarda, fundamental para a reconstituição da história do município.