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Necrópole de Alapraia

Morada

Largo Afonso do Paço e Rua Francisco de Paula e Oliveira
Alapraia

Georreferenciação

38.706561, -9.37709

Informações

Imóvel de Interesse Público - Decreto nº 34452/45, de 29 de março

A necrópole pré-histórica de Alapraia, localizada no centro da povoação com o mesmo nome, a cerca de 1 quilómetro da atual linha de costa, é composta por quatro grutas artificiais escavadas por ação humana no maciço calcário, muito provavelmente apenas com recurso a artefactos de pedra polida. Este sítio arqueológico foi o primeiro imóvel do concelho a ser classificado como de Interesse Público, em 1945 (pelo Decreto nº 59, de 20 de março).

As primeiras referências à existência de uma gruta neste local datam do século XIX, mais concretamente a 1889, quando o antropólogo Francisco de Paula e Oliveira identifica a Gruta I, então usada como curral e armazém de lenha. Esta gruta só será escavada em 1932, pelo Tenente Coronel Afonso do Paço e pelo Padre Eugénio Jalhay, já se encontrando nesta altura totalmente esvaziada de espólio.

Nesse mesmo ano estes investigadores identificaram e escavaram um segundo monumento (Gruta II) e só dez anos depois, em 1942, foi identificada a terceira gruta da necrópole, localizada sob várias habitações. Em 1943 foi descoberta a Gruta IV, quando se procedia à abertura de uma vala para instalação das canalizações do chafariz do atual Largo Padre Eugénio Jalhay.

Todas as grutas apresentam o mesmo sistema de construção, característico deste tipo de monumento funerário, sendo constituídas por um longo corredor de acesso, baixo e com estrangulamento no final, e uma câmara circular com claraboia no topo, protegida por lajes. Devido a esta última característica, são normalmente designadas como “grutas artificiais tipo coelheira”, uma vez que a abertura superior permitiria a colocação dos inumados dentro da câmara, quando os níveis de ocupação já não permitiam o acesso ao seu interior através do corredor.

As escavações efetuadas nas várias grutas revelaram um numeroso espólio que permite atribuir os momentos de ocupação destes monumentos entre finais do 4º milénio a. C. e a Idade do Bronze. É de destacar a recolha de vários tipos de recipientes cerâmicos (taças e copos canelados, cerâmica com bordos denteados, cerâmica campaniforme), bem como indústria lítica, artefactos em osso polido, artefactos votivos de calcário e placas de xisto com decoração geométrica.

O extraordinário espólio recolhido neste sítio arqueológico, do qual se destaca o par de sandálias de calcário, único no mundo, levou à criação da Sala de Arqueologia do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, em 1942. Atualmente algumas das peças provenientes desta necrópole encontram-se em exposição no Museu da Vila.

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